Quinta-feira, 26 de Outubro de 2006

quantas vezes

o princípio de mim...

um monte de almofadas do lado direito da cama, três oliveiras em frente à janela, um gato meloso em frente ao chuveiro, um pacote de leite doce muito frio, o meu mundo em quatro rodas, as mesmas músicas que me perseguem.

o primeiro bom dia a alguém que não conheço e que nunca perguntei o nome, o segundo bom dia com muito mau humor seguido por muitas tentativas de um bom dia em forma de cáustica ironia.

o resto de mim... nunca igual,

hoje... um verde azulado acastanhado seguido de um cinzento, preto, muito preto, e depois... um laranja rosado avermelhado e de volta ao preto, muito preto...

e sempre as mesmas perguntas...

quantas vezes mudamos no mesmo dia? quantos meses permanecemos iguais?

quantas vezes se consegue percorrer a mesma ponte, com os pés fora do chão, sempre com as mão abertas para perdoar, e com os olhos fechados para esquecer?

quantas vezes nos podemos apaixonar por pessoas diferentes, se nós já não somos os mesmos? quantas mais vezes, pessoas banais nos acharão especiais, quantas mais pessoas especiais nos acharão banais?

quantas mais mágoas doces, azedas saudades de tudo o que há-de vir?

e quantas vezes mais morreremos, antes de abrirmos os olhos?


publicado por agoraeu às 20:33
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2 comentários:
De MêCê a 30 de Outubro de 2006 às 21:38
O rio que passa é sempre igual? Ou serão as margens que o definem? ... ... ...


De Comte de la Fere a 17 de Novembro de 2006 às 11:50
Um olhar curioso, a laringe seca, um sorriso distante, um poeta alvejado vezes demais, um fantasma do passado imortalizado num instante mágico ...porque... não vinte, mas dez anos depois...nem quem conhece tanto, conhece tudo.
Das ilusões que são verdade em mim, das certezas inatas e adquiridas no caminho que trilho, das regras que me definem como ser... descubro que nada há a perdoar quanto aqueles que conquistaram outrora o meu lado esquerdo, o espaço é deles por direito, habitam em mim, não conheço início nem fim destes anjos em mim, uma continuidade sem elementos finitos.
Um beijo à bola laranja e outro para o reflexo do espelho do wc.


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