Geografias:
Os canaviais do rio Lisandro, as tendas de índio que fazíamos na foz, as ondas qual adamastor a engolir o rio, e as casas mágicas, minúsculas, enormes, da única rua, em que nós éramos reis.
Todos os caminhos de pó entre alto dos moinhos e vila baleia, a tocar no rio e na igreja da senhora do ó, as searas de trigo, os pinheiros, os eucaliptos, as vinhas e as amoreiras, o campo aberto, e a mata cerrada, os poços e as cobras, as mós e os moleiros, que serviam de enredo às nossas aventuras.
O embalar de azuis do princípio do Alentejo: Tróia, santo André, Sines e São Torpes, a minha rua, a rua do parque e o parque no fim da rua, eu a saltar o muro para casa dos vizinhos, os legos da Lili, o feijão no nariz da Marta, o botão da televisão no dedo do André, a Madalena a ver em repeat o "música no coração", o Pedro a andar de bicicleta e eu a partir o queixo, a descida da casa dele até à praia, as pedras polidas e negras da praia de água quente, o começo dos sonhos de criança em sótão que não era meu, em casa feita de lençol emprestado.
A quintinha dos meus avós, o passeio de flores, o baloiço de corda, as videiras a fazer sombra, eu ora a subir à figueira, ora a comer os morangos do chão, o leite creme, o bolo de laranja, a gemada, a sopa de feijão tudo temperado com as histórias da minha avó. A minha avó. Os pintos, os patos, os coelhos, as cabras, os ouriços e os gatos, companheiros de brincadeiras imaginadas, a fugir do mundo real, sempre.
Os azulejos e a tábua corrida do Liceu Camões, o coreto da praça José Fontana, os pasteis de nata do pai Viegas, eu a apaixonar-me pelos lusíadas, a apaixonar-me pela primeira vez, todos os caminhos que vão dar ao Saldanha, a cidade vista de dentro, tudo o que a geografia esconde.
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