E disse-lhe ela na voz mais doce que tinha: " Vá lá, não penses tanto!"
E ele do outro lado do mundo, sorriu sem ela ver, e perguntou-se: "Pensar em quê?"
Não estava a pensar, dormia, com os olhos abertos mas vazios, olhava para dentro e sem saber se sentia, cansado do mundo, dormia.
Talvez como num adeus quando alguém muito triste lhe disse: "Deitavas-te aqui todas as noites, mas não dormias comigo". Desculpa, também eu já dormi, não durmo mais.
E ela seguiu o mesmo caminho que seguia sempre e depois um outro, um deles por obrigação, o outro longo e sozinho como ele. Mas ela continuou a sonhar: "Pensar para quê?"
E por cada noite que atravessava, por cada música que chorava, por cada tristeza que o devorava, ele gritava: "Sonhar para quê?"
as amizades que fazemos por aí, coisas estranhas, fenómenos loucos em pessoas anormais,
a verdade é que ao fim de trinta anos ainda não tenho meio termo,
empatias ou apatias, para mim só há dois tipos de cores,
os arco-íris e os transparentes,
fascino-me por uns e os outros passam-me ao lado,
mas mesmo aqui ao lado, é que nem os vejo, com certeza também não me vêem a mim...
o princípio de mim...
um monte de almofadas do lado direito da cama, três oliveiras em frente à janela, um gato meloso em frente ao chuveiro, um pacote de leite doce muito frio, o meu mundo em quatro rodas, as mesmas músicas que me perseguem.
o primeiro bom dia a alguém que não conheço e que nunca perguntei o nome, o segundo bom dia com muito mau humor seguido por muitas tentativas de um bom dia em forma de cáustica ironia.
o resto de mim... nunca igual,
hoje... um verde azulado acastanhado seguido de um cinzento, preto, muito preto, e depois... um laranja rosado avermelhado e de volta ao preto, muito preto...
e sempre as mesmas perguntas...
quantas vezes mudamos no mesmo dia? quantos meses permanecemos iguais?
quantas vezes se consegue percorrer a mesma ponte, com os pés fora do chão, sempre com as mão abertas para perdoar, e com os olhos fechados para esquecer?
quantas vezes nos podemos apaixonar por pessoas diferentes, se nós já não somos os mesmos? quantas mais vezes, pessoas banais nos acharão especiais, quantas mais pessoas especiais nos acharão banais?
quantas mais mágoas doces, azedas saudades de tudo o que há-de vir?
e quantas vezes mais morreremos, antes de abrirmos os olhos?
Talvez volte para os meus lápis de cor e para as minhas folhas brancas, quantos megas cabem nesta coisa?
E quando ficar cheia/cheio vai para o lixo?
Momentos positivos, momentos negativos, hoje estou a meio vão de cabeça para baixo, nem isto faz sentido, amanhã talvez fuja para um apoio, mais seguro, fendilha em cima mas não caio, mas depois tem aquela merda do esforço de corte, ou será normal?
Ou talvez deva usar um coeficiente de segurança muito grande, muito maior que o regulamentar, para tudo o que é permanente e muito maior para o que não é, esquecer as combinações raras e calcular todos os deslocamentos para os estados limites últimos e esperar o vento, a neve, o calor e o frio.
Acção, reacção, há muito que não se anulam, mas então onde está o equilíbrio disto tudo? Nunca esteve, se já partirmos do principio que uma compressão diminui uma tensão numa situação composta, e que quanto maior é a inércia, mais podemos aumentar o momento mas menos conseguimos flectir, e que tudo é calculado automaticamente sem senso até à terceira casa decimal.
Hiperstática, hipostática, alguma vez isostática? Na verdade eu também não percebo nada, mas devia, já ando nisto à algum tempo, se calhar tornei-me um mecanismo. Fica o consolo de saber que se cair nem chegou a ser uma grande obra de arte, e esperar que desta vez não me caia em cima da cabeça.
Tudo isto para dizer que me tornei uma péssima profissional, da minha vida, recebo pouco, esforço-me pouco!
aquilo que não consegui escrever...
seguraste o meu sorriso nos teus lábios
...as palavras que se dizem e que se escrevem,
bonitas frases feitas que no mundo real não sentem nada,
prosa banal que só tem sabedoria em bocas puras, em ouvidos inocentes,
OU ENTÃO, durante hora e meia, TENTAR VER TUDO AO CONTRÁRIO...
"The Shadow Dancer",
as asas partidas, a chuva e o vento,
e ficar lá, enquanto se pode...
...pretensiosamente simples!!
sem dúvida...
se nos desatássemos a lamber uns aos outros, talvez chegássemos à conclusão que nem todos são o que parecem...
I like your taste!!!
"...A partir de então tudo o que sei é que me pus ao espelho da casa de banho a barbear-me com a passividade de quem está a barbear um ausente – e foi ali. Sim, foi ali. Tanto quanto é possível localizar-se uma fracção mais que secreta de vida, foi naquele lugar e naquele instante que eu, frente a frente com a minha imagem no espelho mas já desligado dela, me transferi para um Outro sem nome e sem memória e por consequência incapaz da menor relação passado-presente, de imagem-objecto, do eu com outro alguém ou do real com a visão que o abstracto contém. Ele..."
José Cardoso Pires, De Profundis, Valsa Lenta
Decisão minha ou não, à algum tempo que lá atrás tudo se tornou nevoeiro... não foi lesão no cérebro, deve ter sido noutro sítio qualquer,
vou à procura d'ela... já volto!!
...e tirei o esqueleto do armário
Se tanta gente, partilha tanta coisa, com tantos outros tão pouco intimos,
e o fazem com tanto amor, com tanto ódio, com tanta dor, com tanta raiva...
aqui fica um escaganifobético de mim
(esta palavra não existe, quando a escrevem no word diz: adicionar ao dicionário ou ignorar tudo)
Hoje estou zangada.
Porque estou cansada que o vazio me abrace, estatelado em muros que já não consigo subir.
Porque me prendo a esta gente estranha e complicada, que se julga melhor, mas na realidade não percebe, não vê, não sente.
Mas, principalmente, porque esbarramos uns nos outros em tempos diferentes, e talvez por isso nunca nos cheguemos a encontrar.
Por hoje... desisto...
I'm a living sunset
Lightning in my bones
Push me to the edge
But my will is stone
Cause i believe in a better way
Fools will be fools
And wise will be wise
But i will look this world
Straight in the eyes
I believe in a better way
I believe in a better way
What good is a man
Who won't take a stand
What good is a cynic
With no better plan
I believe in a better way
I believe in a better way
Reality is sharp
It cuts at me like a knife
Everyone i know
Is in the fight of their life
I believe in a better way
Take your face out of your hands
And clear your eyes
You have a right to your dreams
And don't be denied
I believe in a better way
I believe in a better way
I believe in a better way
Irritam-me as pessoas dissimuladamente inseguras,
entenda-se estas como aquelas, que por não se sentirem confortáveis com o que o que sentem por si, com o que os outros sentem por elas, fazem por aí uma algazarra silenciosa de me dar a volta ao estômago.
Não suporto a fraqueza hipocritamente cruel, ou melhor magoa-me,
também tenho as minhas inseguranças, pois claro, sou humana, mas não ando para aí a atropelar ninguém à conta disso, e a verdade é que agora passou-me um veículo por cima, não diria um camião, mas assim um carrito modesto.
Enfim...
soubessem as pessoas colocarem-se no exacto local em que devem estar, ou seja, no presente e não num passado que não é delas, e claro está, vice-versa... talvez fossem mais felizes e não chateavam ninguém.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
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